sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

As cores do sofrimento



Muito já ouvimos dizer que o sofrimento pode levar ao crescimento e, até mesmo, que as pessoas têm de sofrer para crescer. Não vamos aqui celebrar o valor do sofrimento, nem recomendá-lo a toda a gente. Há traumas que deixam feridas que jamais cicatrizam, ou cujas cicatrizes deixam marcas profundas. Há pessoas que parecem encontrar logo uma forma de superar aquilo que lhes é adverso, outras que se afundam na tristeza. Muitos estudos têm sido feitos com o objectivo de compreender quem é que beneficia do sofrimento e quem é que fica esmagado por ele. A conclusão faz-nos pensar, ainda mais, na grande injustiça da vida: Há uma certa tendência para os optimistas beneficiarem mais da adversidade do que os pessimistas. Os optimistas por natureza, aqueles que ganharam na lotaria genética, facilmente encontram aspectos positivos na adversidade. 
Mas não desanimem os pessimistas porque a chave do crescimento não é o optimismo por si mesmo. É, como nos diz Jonathan Haidt, a tarefa de dar sentido ao que acontece que parece mais fácil nos optimistas. Essa tarefa, embora mais difícil para os pessimistas, é acessivel a todos. Todos podem encontrar sentido na adversidade, dela retirar lições construtivas e dela beneficiar. Para tal, será importante encontrar uma rede social de apoio, expressar sentimentos e emoções, libertar pensamentos e sentimentos através da escrita e reflectir nos três grandes benefícios da adversidade que J. Haidt nos apresenta. A saber:
                 - Enfrentar um desafio faz surgir as nossas capacidades mais ocultas. “Uma das lições mais comuns que as pessoas tiram de uma grande perda ou de um trauma é que são muito mais fortes do que pensavam e esta nova ideia da sua força dá-lhes confiança para enfrentar futuros desafios."
                - A adversidade é um filtro das relações que verdadeiramente importam e abre os nossos corações.
                - A adversidade modifica as nossas prioridades e filosofia relativamente ao presente fazendo-nos viver plenamente cada dia.
A chave do sofrimento como motor de evolução será assim a de tentar encontrar um sentido na adversidade e retirar lições construtivas. Encontrar um sentido para o que nos acontece e perguntar-nos o que podemos fazer com ele.

3 comentários:

  1. Queridas amigas, hoje vou responder ao vosso texto com um extraído do blog da minha amiga Eliane. Um blog onde nos enchemos de coragem e onde aprendemos sempre algo todas as vezes que o visitamos. Todos os dias passo por lá. Tenho a certeza que, se o visitarem, terão o mesmo pensamento que eu. è o sentencaourenovacao.blogspot.com.
    Nada melhor que este texto para responder ao vosso magnífico post. Sobre este assunto também já falei muito, comentando um post vosso há uma ou duas semanas. Espero que gostem.

    "Existem pessoas que passam pela nossa vida e só deixam coisas boas. São como presentes de Deus. Assim foi a jornalista e autora Eliane Furtado, na minha.Conheci Eliane quando fomos trabalhar juntas em 2003 na assessoria de comunicação de uma determinada empresa. Ela na qualidade de chefe e eu, de assistente.Com ela aprendi quase tudo que sei sobre a profissão. Com ela aprendi também a olhar a vida de uma forma diferente.Eliane descobriu um câncer em 2007 e em vez de se render a sentença, decidiu renovar. Deixou para trás aquilo que não lhe servia mais e tratou de correr atrás de projetos que estavam guardados em algum lugar de seu subconsciente, esperando o momento certo para serem colocados em prática.Pois bem, de lá para cá, já lançou três livros: “Sentença ou Renovação”, “Atraídos pelo Amor” e “As Aventuras de uma Cachorrinha Peralta”. Faz palestras sobre “Atitude” pelo Brasil inteiro e montou um blog que é um arraso, onde escreve sobre os mais variados temas.Outro dia conversando sobre a doença, Eliane me disse assim: “O câncer não me domina. Ele vive em paralelo. Não deixo que a doença paute a minha vida. É dureza, mas eu sou mais dura”.Estas palavras me ensinaram que do limão devemos fazer uma limonada e que quem morre de véspera é o peru de Natal. A postura sempre aguerrida de Eliane me convenceu de que a vida gosta de quem sorri para ela e, enquanto “O Cara lá de cima” não carimbar o bilhete de embarque, temos obrigação de lutar para viver na íntegra"

    Beijinhos e tenham um belo fim de semana
    Emília

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigada Emília. Gostámos muito: É espantosa a capacidade de certas pessoas nos "reavivarem". Uma benção existirem, de facto, nas nossas vidas.
    Este post veio na sequência de uma "promessa" que lhe tínhamos feito na semana passada, lembra?(quando comentou o outro post, dissemos que falaríamos de sofrimento nesta semana). Vamos explorar o blogue de que nos fala.
    Queria também dizer que substituímos o link do post do AEV por um bem mais actual que a nossa amiga comum Joana enviou. Grande abraço

    ResponderExcluir
  3. Claro que lembro! Quando vi o título do post lá no meu blog, pensei logo na promessa. A minha memória às vezes falha, como a de toda a gente, mas as coisas importantes nunca esquece. Muito obrigada pelo carinho. Irei ver o link com toda a certeza, ainda mais por ter sido enviado pela Joana uma das minhas primeiras seguidoras e que continua comigo até hoje ( está a fazer este mês 2 anos de Começar de Novo )Fantástica a Joana! Beijinhos e até breve!
    Emília

    ResponderExcluir