quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Dar sentido à vida

 
Imagem retirada daqui   

“O que faz sentido para mim? Amar e compreender. Amar os amigos, as crianças, os animais, as gargalhadas. E compreender, ler, falar, duvidar… Duvidar é a agitação do pensamento.” 
Boris Cyrulnik

 Imagem retirada daqui 

 Em determinados períodos da nossa vida surge, inevitavelmente, a questão: “Para onde corro? Onde vou?” Um questionamento próprio do ser humano “animal consciente” talhado de sentido, nos dois sentidos do termo: A direção a tomar, assim como a razão de ser da existência.
     Porquê? Porque só ele está consciente da sua mortalidade. Como nos diz Michel Houellebecq “nascemos, reproduzimo-nos uma ou duas vezes e depois morremos”. É a tomada de consciência desta aparente absurda realidade da nossa existência que nos leva a tentar encontrar o sentido da vida. Fascinante, responsabilizante, esta aventura, e também fatigante, dado que não temos, forçosamente, um modelo a seguir. Não há um único sentido dado por qualquer referência exterior e sobre o qual se apoiar, mas sentidos que cada um se esforça por tecer de forma singular, no quotidiano, na vida de cada dia.
Para um cada vez maior número de pessoas que quer colocar a atenção e consciência nos seus gestos quotidianos “a vida de cada um é uma sequência de oportunidades únicas de totalizar o sentido”. Como nos diz Christiane Singer “não se trata de dar um sentido, mas criar em mim as condições para acolher a sua claridade, de me tornar, pouco a pouco, porosa, porosa à vida!”. Acolhamos esta luz que se eleva sobre as horas, descubramos a cor de cada momento. 


Nota: A busca de sentido tem sido um tema recorrente neste blog, nomeadamente, em "Sentido"; "Sentido e voluntariado"; "Boa semana!".
Abordagens diferentes, mas sempre com algo comum: O da nossa interligação e ligação a algo maior ou à intensidade da vida, simplesmente. No mosaico da nossa existência é sempre possível ver o desenho das suas grandes linhas, as linhas que lhe dão sentido. 



2 comentários:

  1. Tu chamas-lhe mosaico, eu chamo-lhe puzzle, mas a descoberta é a mesma e traz sempre algo de novo!
    Foi como disse ainda hoje à fantástica Mariana: "Às vezes parece que levanto a cabeça e vejo a "big picture", o puzzle todo e percebo que todas estas peças são importantes e que pura e simplesmente não lhes consigo dedicar o tempo que precisam para construir a imagem maior e facilitarem a entrada de peças novas.
    Vai daí fico com a sensação de que algo ficou para trás que não devia, que até era simples e não foi logo feito por causa daquele caramelo chamado Tempo que se nos escapa pelos dedos...
    Mas depois medito e percebo que tudo tem o seu ritmo e que é preciso de cimentar os blocos antes de subir mais um nível, sob pena de tudo desabar à primeira ventania."

    Caminho e apreendo o sentido da minha vida, e a cada passo sinto-me mais perto e mais forte! Obrigada pela tua colaboração nesse processo! :-D

    ResponderExcluir
  2. Olá Sónia
    Pois... Eu também costumo chamar-lhe puzzle, mas vi estas imagens de mosaicos do Chagall (que eu adoro) e ficou mosaico :)
    Quando olho, retrospectivamente, vejo no puzzle da minha existência peças, que na altura pareciam não fazer sentido, a encaixarem-se tão perfeitamente que cada vez acredito mais no sentido de cada uma delas. E... como dizes, que cada uma delas apareceu ao seu ritmo, no tempo que lhe era devido. Gostei muito, muito, de te ler e é mesmo bom saber que fazes parte do puzzle/mosaico da minha vida. Agradeço-te do coração
    Teresa

    ResponderExcluir