domingo, 22 de abril de 2012

COMUNICAÇÃO AUTÊNTICA


A CNV foi desenvolvida por Marshall Rosenberg, psicólogo norte-americano, e é ensinada há mais de 40 anos em diferentes áreas:  Educação, saúde, instituições públicas, empresas... Parte da observação de que a crescente violência que nos cerca e na qual estamos inseridos é reflexo de uma lógica de acção e relação divorciada dos nossos verdadeiros valores. Não são as necessidades e valores que estão em conflito, apenas as estratégias que escolhemos. Ou seja, é a nossa forma de pensar que gera conflito.

A “Comunicação Não violenta” é, sobretudo, um processo de entendimento que facilita a harmonização das nossas necessidades com as necessidades das outras pessoas, de uma maneira empática. Envolve, inicialmente, uma mudança de foco – dos nossos erros e dos erros do outro às necessidades de todos. Por outro lado, é essencial aprender uma linguagem que nos permita construir uma relação de confiança com o próximo. Uma linguagem que aumente a disposição de cooperar e apoiar-nos mutuamente.
São quatro as componentes deste modelo que tem como objectivo promover uma mudança na nossa comunicação e ajudar a construir um mundo mais compassivo:

1. Observação – primeiramente, devemos observar, de facto, o que acontece numa situação, sem fazer qualquer julgamento ou avaliação. Há que separar observação de avaliação, pois quando as combinamos, as pessoas tendem a receber as nossas palavras como uma crítica. Regra de ouro, então: Observar sem avaliar.

2. Sentimento – em seguida, identificamos como nos sentimos em relação ao que observámos (magoados, assustados, alegres, divertidos, irritados, etc) e expressamos como nos sentimos. 

3. Necessidades – Reconhecemos quais das nossas necessidades estão ligadas aos sentimentos que identificámos. O que os outros dizem e fazem pode ser o estímulo, mas nunca a causa dos nossos sentimentos. Quando os outros ouvem críticas, tendem a investir a sua energia na autodefesa ou no contraataque. Quanto mais directamente pudermos conectar os nossos sentimentos às nossas necessidades, mais fácil será para os outros reagir compassivamente.

4. Pedido – Acções concretas que pedimos para enriquecer as nossas vidas. Quando as nossas necessidades não são atendidas, depois de termos expressado o que estamos a observar, sentir e precisar, fazemos então um pedido específico: Pedimos que sejam feitas acções que possam satisfazer as nossas necessidades.

Ao usar este processo passamos a expressar-nos com honestidade e receber com empatia, a comunicar, enfim, com autenticidade.

Fonte: Comunicação não-violenta, Marshall Rosenberg


Nota: Muito obrigada, Fátima, por tudo o que me tem proporcionado.


6 comentários:

  1. Oi Amiga:
    Aprendi e gostei.Ouvi ponderadamente , o video,e o essencial é passivamente observar, escutar e por fim comunicar, com base na segurança e confiança é cruxial para o bom entendimento.
    Há situações de desentendimento, mas quando as pessoas se gostam , há sempre um encontro ,para saber o porquê, isto falando de um AMIGO.
    Parabéns pelo boa escolha.
    Até breve
    Herminia

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    1. Sabe, Hermínia, estou a aprender muito com a CNV. Creio que nos dá uma perspectiva radicalmente diferente daquela que estamos acostumados abrindo-nos amplamente os horizontes e permitindo-nos uma maior aproximação. Uma das coisas que não foi ensinada à maioria de nós foi pensar em termos de necessidades. Como diz Marshall Rosenberg no seu livro Comunicação Não Violenta (pode aceder-lhe em http://books.google.pt/books?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&dq=comunica%C3%A7%C3%A3o+n%C3%A3o+violenta&hl=pt-PT&ei=QQ-DT6enJs-E8gOM5bmOBg&sa=X&oi=book_result&ct=book-thumbnail&redir_esc=y#v=onepage&q=comunica%C3%A7%C3%A3o%20n%C3%A3o%20violenta&f=false) estamos acostumados a pensar no que há de errado com as outras pessoas sempre que as nossas necessidades não são satisfeitas. Um exemplo que ele dá: Se desejamos que os nossos casacos sejam pendurados no armário, podemos classificar os nossos filhos de preguiçosos por deixá-los no sofá. Ou podemos interpretar os nossos colegas de trabalho como irresponsáveis quando não desempenhamas suas tarefas da forma que preferiríamos que fizessem. A nossa tendência imediata é a de culpabilizar os outros ao invés de nos conectarmos (reconhecermos) com os nossos sentimentos/necessidades e expressá-los. E isto faz toda a diferença. No fundo, e sempre, como diz, está o coração na base da verdadeira comunicação. Mas nem sempre é fácil escutá-lo e às vezes precisamos de alguma orientação. O livro que referi ajudou-me muito e acho que também vai gostar, Hermínia. Um grande beijinho e obrigada por estar aqui
      Teresa

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  2. Obrigada, Teresa. Pela resposta que deu ao comentário da minha " patroa" ( ela tem a mania de me chamar assim...) já entendi e vou ver se compro o livro. Ainda bem que a minha patroa resolveu vir ao optimismo; acho que o encontro contribuiu para isso e apanhou-me numa época em que não me apetece escrever e assim, dá ela a opinião. Um beijinho e um bom feriado.
    Emília

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  3. Oi Teresa!
    Umas vezes não consigo entrar para comentar, outras venho e leio, outras como esta,deixo um pezinho!
    Este serviço, é para a minha "patroa", visitar os amigos nos seus blogs......eu reduzo-me mais na escrita, dela estou à espera dum livro, até porque já lhe mandei o titulo...pode crer,que é verdade tem muita facilidade na escrita...eu...vou mais para a Florbela Espanca......a lágrima anda-me sempre no olho,, mas com o tempo tão seco, levo mais para alergias.........
    Até breve
    Gostei!!!!
    Herminia

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  4. Olá Teresa,

    Bom reler estas palavras. Obrigada por me as teres mostrado. Em relação ao video, foi muito bom vê-lo e escutá-lo.

    Beijinhos para ti

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    1. E que bom ler as tuas palavras aqui, Joana! Sabes, sinto que a CNV enriqueceu muito a minha vida e vejo o quanto tem aplicação prática, algo que me motiva muito a aprofundar a sua aprendizagem. Creio que será muito importante a sua maior divulgação (parece-me que ainda poucos a conhecem em Portugal). Um grande beijinho
      Teresa

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