"AGRADEÇA ASSIM QUE DÁ
Aprenda a sentir o prazer que existe no facto de dar. E agradeça, interiormente, o beneficiário da sua generosidade, pois ele permite-lhe, sem o saber, fazê-lo entrar com a melhor parte de si mesmo. Aquela que dá sem se sentir desapossada, aquela que tem a consciência da infinita riqueza da troca e da partilha."
Muitos são os que encaram os comportamentos generosos com desconfiança e consideram as demonstrações públicas moralistas e sentimentalistas. O amor ao próximo - a capacidade para assumir a vulnerabilidade dos outros e, por conseguinte, também a sua - é visto como um sinal de fraqueza. No entanto, a dedicação ao próximo é um sinal de força e uma das fontes de maior fortalecimento que podemos experimentar. Das mais gratificantes também. Segundo Donald Winnicott, "um sinal de saúde mental é a capacidade de nos imaginarmos a entrar de forma precisa nos pensamentos, sentimentos, esperanças e medos de outra pessoa e permitirmos que o outro faça o mesmo connosco." A capacidade de entrar na pele do outro é um dos melhores indicadores de bem-estar, o reflexo do prazer da existência. Poderão, então, alegar que o amor ao próximo é uma forma de narcismo disfarçado. Que seja! Como diz Francis Hutcheson "Se é amor em si mesmo deixá-lo (...) não há nada melhor, nada pode ser mais generoso" ou ainda, citando Rousseau, no seu "Emílio", só uma criança que se trata bem e gosta de estar viva "procura expandir o seu ser e diversão" a outros.
" O amor ao próximo é uma forma de narcisismo disfarçado ".Pode ser...pode até ser considerado um acto egoista, mas egoísmo não é necessáriamente um sentimento negativo; primeiro nós temos que pensar em nós, no nosso bem estar, na nossa felicidade, pois só assim podemos dar alguma coisa aos outros; se não gostarmos de nós mesmos como poderemos gostar dos outros? Claro que se pensarmos só em nós para benefício exclusvamente nosso, aí, sim, estamos a ser egocêntricos e isso é mau. Se não nos tivermos enriquecido em todos os aspectos como poderemos enriquecer a vida dos outros? Ninguém pode dar aquilo que não tem, por isso há que tratar primeiro de nós para podermos depois cuidar dos outros.
ResponderExcluir" Encaram os comportamentos generosos com desconfiança"; até se costuma dizer: " quando a esmola é grande demais até o santo desconfia"; isso de facto acontece às vezes; qualquer um de nós conhece casos em que pessoas se aproximam de nós com extrema simpatia, atenção, mimos, uma preocupação a que não estamos habituados; agrada-nos isso, mas depois vemos que não eram sentimentos sinceros; a mim aconteceu-me já um caso desses; durante um ano confiei e não achava estranho tanto carinho, atenção desmedida, mas, mais tarde, veio-se a verificar que não havia nada de generoso neste comportamento. Claro que são poucos estes casos e não devemos generalizar; é pois que entra a nossa generosidade; devemos procurar entender os motivos dessas pessoas e depois desculpar; procurei e entendi o que se passou; claro que não passei a achar que a pessoa fez bem; não foi um comportamento correcto de certeza, mas,depois que percebi a mágoa passou; nunca mais a vi, mas, se a encontrar, terei uma atitude normal Foi um acto generoso,tê-la entendido, desculpado, mas a maior generosidade foi para mim mesma, pois já há muito percebi que sentir mágoa e raiva não me faz bem; aqui está de novo o que parece narcisismo, mas, entendendo que as mágoas me prejudicam, mais facilmente consigo não magoar os outros. Somos tentados a achar que ser generoso é dar bens materiais aos que precisam, mas é muito mais que isso; dar aquilo que já não tem utilidade para nós é fácil, difícil é pormo-nos na pele dos outros, entendê-los, não julgar, desculpar os actos que nos magoaram,que até nos causaram grande sofrimento; uma boa conversa muitas vezes resolve todos esses atritos e as mágoas vão-se embora tanto de um lado como do outro. Isto é GENEROSIDADE! Para mim é a maior delas e também a mais difícil de pôr em prática. Parabéns pelo tema! Neste ano Europeu do voluntariado precisamos, mais do que nunca, de falar nesta virtude e foi a pensar nela que finalmente me decidi e já me inscrevi; no próximo dia 25 irei fazer uma formação para ser voluntária. A vocês agradeço a GENEROSIDADE de chamarem a atenção de todos nós para esta acção tão necessária nos dias de hoje e de terem contribuido para a minha decisão. Um beijinho
Emília
Subscrevo tudo o que disse Emília. Por isso considero a generosidade uma força e uma fonte de fortalecimento: Se nos sentimos fragilizados, infelizes, fechamo-nos no nosso casulo, na nossa dor. Inversamente, quando nos sentimos bem abrimo-nos, vamos ao encontro do outro. Uma pessoa que muito admiro considera a alegria como o sentimento mais solidário que existe e eu sou da mesma opinião: Quando estamos alegres temos pensamentos de companhia e contagiamos os outros. Só o nosso bem estar permite uma abertura ao mundo. Por sua vez, esta abertura traduz-se na generosidade/solidariedade que acabam por constituir, em si, uma poderosa fonte de bem-estar. Uma bola de neve, portanto. E que melhor bola de neve, esta da generosidade? Eu é que lhe agradeço Emília esse seu dar-se, essa generosidade que revela e nos fortalece. Um feliz resto de domingo
ResponderExcluirTeresa
Nota: Fiquei muito contente com a sua inscrição, sobretudo, porque é sinal de que já se sente mais forte interiormente. Que bom, Emília!