sábado, 28 de julho de 2012

Boas Férias



“O optimismo é a fé em acção. Nada se pode levar a efeito sem optimismo.”
Helen Keller

 
A qualidade de vida depende, em grande parte, do modo como se encara a realidade. Esta pode e deve ser encarada de uma forma construtiva que tem como raízes a capacidade de perceber o bom, a confiança em si e o prazer de viver. Estas raízes são justamente as do optimismo que, embora tenha influências genéticas, pode ser construído.
Consideramos que o optimismo é, sobretudo, fruto de um trabalho sobre nós próprios: Uma atitude de confiança na existência associada à convicção de que em caso de problemas ou decepções saberemos reagir. Não se limita a uma atitude mental (confiança no futuro), traduz-se também em estratégias que se adaptam à resolução de problemas.  E mesmo que não tenhamos uma história de optimismo geneticamente determinada podemos desenvolver essa força interior em qualquer momento da vida: Debruçarmo-nos sobre o positivo da vida, partilhar as nossas vitórias, cultivar o lado bom da existência, saborear os pequenos nadas… É essa a proposta do nosso projecto que renovamos hoje, com este texto de Helen Keller, para  desejar umas férias vividas em plenitude.

 

 “Recentemente uma amiga de longa data veio-me visitar. Sabendo que, no caminho, tinha atravessado a floresta, perguntei-lhe o que tinha observado. “Nada de especial”, respondeu ela. 
 Se não estivesse já habituada a este tipo de respostas não teria acreditado. Mas faz tempo que compreendi que os que têm olhos não vêem.
 Pensei para comigo “Como é possível não notar nada de especial num passeio de uma hora pelo campo? Eu que não vejo encontro milhares de coisas fascinantes apenas pelo toque. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos, com ternura, sobre a superfície lisa da bétula e sinto contraste com a casca rugosa do pinheiro. Na Primavera, percorro os ramos à procura dos botões... Sinto o veludo de uma flor... Delicio-me com a água fria do riacho a correr entre os dedos. Para mim um sumptuoso tapete de caruma ou de relva fofa vale todos os tapetes persas. 
 Se eu retiro tanto prazer apenas pelo toque, quanto mais beleza pode contemplar quem vê! Porém, aparentemente, os que têm olhos não a vêem. As paisagens, as cores e a actividade do mundo é, para eles, coisa banal. 
 É humano talvez aspirar ao que nos falta e valorizar pouco aquilo que temos. Mas é pena que no mundo da luz o dom da visão seja apenas funcional e não um meio para gozar a plenitude da vida."
Nota: Este texto foi enviado via email por Tsering Paldron no âmbito do E-dharma.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Uma abertura ao movimento da vida, uma fenda para renascer


F. Alberoni

 
“Inspira-me o silêncio, o calor, o sol, o mar, a luz, as planícies alentejanas, tudo o que me dê uma sensação de liberdade; inspiram-me as pessoas, sobretudo as que estão bem com elas, a pintura, a música, o teatro, o cinema, entrar em livrarias, os actos humanitários, os seres generosos e emocionalmente inteligentes, as pessoas dignas e de carácter, inspira-me a alegria, a verdade, a autenticidade. E apaixona-me quase tudo o que me inspira.”
Ana Zanatti


“Dizer “sim” é uma atitude interior que nos abre ao movimento da vida, aos seus imprevistos, às suas surpresas. É uma espécie de respiração que nos permite acompanhar interiormente a fluidez da existência.”
Frédéric Lenoir


Como referi aqui a infelicidade é uma tentação: É sempre mais fácil deixarmo-nos afundar no sentimento da infelicidade do que lutar contra ele. Inversamente, fazer durar o bem-estar requer mais esforço.
Parece haver uma força que nos impele a abandonar-nos ao sentimento de infelicidade. E vivemos tempos em que tudo nos parece querer levar para um abismo do qual não haverá força para sair. Mas, como diz Ernesto Sabato no seu livro Resistir, “o ser humano sabe fazer dos obstáculos novos caminhos porque, para a vida, basta o espaço de uma fenda para renascer.”
“O espaço de uma fenda para renascer”… Uma imagem que me vem inúmeras vezes ao pensamento e que me preenche o olhar e a alma nas minhas caminhadas diárias.
O “sim” ao movimento da vida. Vejo em cada erva que surge no asfalto que piso, no betão que acompanha os meus passos, a liberdade, a vitória da vida perante tudo o que nos aprisiona. O ultrapassar dos obstáculos, a celebração da existência.
Celebremo-la, então, aqui e agora, em cada momento de liberdade que podemos gozar, em cada afecto que podemos partilhar, em cada raio de sol que nos ilumina, em cada noite de luar e cada estrela que nos guia. Vamos dizer “sim” ao movimento da VIDA!

Teresa