A CNV foi desenvolvida por Marshall Rosenberg,
psicólogo norte-americano, e é ensinada há mais de 40 anos em diferentes áreas: Educação, saúde, instituições públicas, empresas... Parte
da observação de que a crescente violência que nos cerca e na qual estamos
inseridos é reflexo de uma lógica de acção e relação divorciada dos nossos
verdadeiros valores. Não são as necessidades e valores que estão em conflito, apenas as estratégias que
escolhemos. Ou seja, é a nossa forma de pensar que gera conflito.
A “Comunicação Não
violenta” é, sobretudo, um processo de entendimento que facilita a
harmonização das nossas necessidades com as necessidades das outras pessoas, de uma
maneira empática. Envolve, inicialmente, uma mudança de foco – dos nossos
erros e dos erros do outro às necessidades de todos. Por outro lado, é
essencial aprender uma linguagem que nos permita construir uma relação de
confiança com o próximo. Uma linguagem que aumente a disposição de cooperar e
apoiar-nos mutuamente.
São quatro as componentes deste modelo que tem como objectivo promover uma mudança na nossa comunicação e ajudar a construir um mundo mais compassivo:
1. Observação – primeiramente, devemos observar, de
facto, o que acontece numa situação, sem fazer qualquer julgamento ou
avaliação. Há que separar observação de avaliação, pois quando as combinamos,
as pessoas tendem a receber as nossas palavras como uma crítica. Regra de ouro,
então: Observar sem avaliar.
2. Sentimento – em seguida, identificamos como nos
sentimos em relação ao que observámos (magoados, assustados, alegres,
divertidos, irritados, etc) e expressamos como nos sentimos.
3. Necessidades – Reconhecemos quais das nossas
necessidades estão ligadas aos sentimentos que identificámos. O que os outros
dizem e fazem pode ser o estímulo, mas nunca a causa dos nossos sentimentos.
Quando os outros ouvem críticas, tendem a investir a sua energia na autodefesa
ou no contraataque. Quanto mais directamente pudermos conectar os nossos sentimentos
às nossas necessidades, mais fácil será para os outros reagir compassivamente.
4. Pedido – Acções concretas que pedimos para
enriquecer as nossas vidas. Quando as nossas necessidades não são
atendidas, depois de termos expressado o que estamos a observar, sentir e
precisar, fazemos então um pedido específico: Pedimos que sejam feitas acções
que possam satisfazer as nossas necessidades.
Ao usar este processo passamos a expressar-nos com
honestidade e receber com empatia, a comunicar, enfim, com autenticidade.
Fonte: Comunicação
não-violenta, Marshall Rosenberg
Nota: Muito obrigada, Fátima, por tudo o que me tem proporcionado.