“Não se pode guardar o vento dentro de uma caixa”
No seu blogue Christophe André fala-nos dos fenómenos com que somos confrontados, ao longo da nossa vida, que nos ultrapassam. Podem ajudar-nos, fazer-nos crescer, mas também nos podem magoar, destruir e fazer sofrer.
"Alguns fenómenos são exteriores: podem tratar-se de forças da natureza, como o vento, ou uma cadeia de acontecimentos a que alguns chamam destino. Outros ocorrem dentro de nós: toda a nossa vida emocional – amor, medo, tristeza, cólera. Será ilusório pensar que estão, totalmente, sob o nosso controlo. Tal como o vento, as nossas emoções são poderosas, são forças que não se detêm. Evidentemente, não as podemos guardar dentro de uma caixa. Será que não temos outra alternativa senão a de nos resignarmos?
Não, necessariamente. Aceitação não é renúncia. O vento que destrói tudo aquilo que lhe faz frente é o mesmo que faz girar os moinhos, ou avançar os barcos. Se aceitarmos que é mais forte do que nós e se reflectirmos naquilo que nos pode trazer, compreenderemos que o bom caminho não será o de o prender numa caixa, mas sim de saber tirar o que de melhor nos pode oferecer."
Aceitar não significa não-agir, mas agir melhor. Estamos habituados a lutar contra a realidade que, de alguma forma, nos incomoda, a reagir impulsivamente a tudo o que nos provoque qualquer tipo de contrariedade. Gostaríamos de prender numa caixa as emoções que nos perturbam. Além de ilusório, seria muito arriscado. As nossas emoções só nos podem servir em liberdade, em aceitação. Não podem ser suprimidas, ou aprisionadas. Só assim podemos ser “moleiros” do nosso destino.
O menino fez um esforço tremendo para " agarrar o vento", causou estragos quando o soltou, mas deu provas de um imenso amor pelo avô. Lindo!
ResponderExcluirAceitar o sofrimento, a dor, os problemas que a vida nos traz é muito difícil; não achamos nunca que merecemos tudo isso; não se trata, porém, de merecer ou não...trata-se de VIDA, de caminhada e não podemos esperar que só encontremos dias ensolarados e de calmaria. Há certas coisas que nos acontecem e que causam grande sofrimento, feridas e muitas vezes bem profundas. Não podemos fechá-las dentro de caixas; penso que nem conseguiriamos; não podemos simplesmente colocar um pensinho e achar que tudo se resolve; não, não resolve. Temos que limpar bem a ferida, desinfetar e colocar depois o penso até que cicatrize. Somos homanos, temos sentimentos, por isso temos o direito de desanimar,de ficar tristes, revoltados; temos e precisamos de " fazer o luto " Costuma-se dizer que o que não tem remédio, remediado está; é verdade!Nem sempre temos soluções para acontecimentos alheios à nossa vontade, por isso não nos adianta ficar a lamentar o sucedido; depois de bem cicatrizade a ferida, embora muitas vezes ainda com alguma dor, temos de aceitar os factos como normais e seguir em frente. A única coisa que temos que tentar fazer é procurar o lado bom disso, embora nos custe acreditar que haja esse lado bom quando estamos a sofre; custa-nos e não conseguimos vê-lo por mais que tentemos. Só a vida nos poderá mostrar mais tarde que de facto esse lado bom existe. É disso que estou à espera,há muito e sempre com muita ESPERANÇA. Digo todos os dias a mim mesma. " não tens como resolver...ACEITA que não está nas tuas mãos; um dia vais ver que foi melhor assim...a vida vai-te mostrar precisamente isso". Já ACEITEI...só me falta ver se o sofrimento vai valer a pena...se vou ver o outro lado.
Na proxima Quarta começo o meu voluntariado. Não sei...mas talvez a vida já me esteja a dar algum sinal.
Como sempre, vir aqui nos lembra que devemos ACEITAR, OTIMIZR, ACREDITAR, AGRADECER, ESPERAR. Tudo se resolve!É preciso que façamos a nossa parte! Um grande beijinho
Emília
É mesmo uma ternura este vídeo, não é Emília? Já o tenho guardado há um bom par de anos e a ele volto de vez em quando.
ResponderExcluirCultivar esta atitude de aceitação não é realmente fácil, mas creio ser uma das grandes ferramentas para o nosso bem-estar. Num "escrito" meu referi alguns exemplos que nos dá este autor (Christophe André) para ilustrar que aceitação não significa renunciar à acção. Deixo-lhe um excerto:
Se tivermos de apanhar um avião e o nosso carro estiver preso num engarrafamento é muito provável que já não tenhamos tempo de conseguir o nosso intuito. A nossa reacção imediata é a de não aceitar, ou aceitar mal o facto de perdermos o avião. Só se deparam na nossa mente, as contrariedades e os aborrecimentos que daí resultarão. Os pensamentos negativos surgem numa torrente. O inconveniente desta atitude é que ela não vai resolver o nosso problema de atraso e até poderá criar outros, como enganarmo-nos na porta de embarque por causa da pressa. A atitude de aceitação consiste em dizer-nos: “Bom, parece que vou perder o avião. É muito aborrecido, mas não serei o primeiro, nem o último a quem tal acontece. Não vale a pena enervar-me, pois as coisas ainda ficarão mais complicadas. A finalidade da aceitação dos factos (o atraso) não é renunciar à acção, mas, pelo contrário, agir melhor.
A realidade é que será a nossa capacidade de adaptação (tal como a água que não resistindo seja ao que for, acaba por dominar as matérias mais sólidas – vence, cedendo), de receptividade, humildade e gratidão a tudo o que a vida nos oferece que determinará a sua vivência plena. Não será justamente a plenitudo que todos almejamos?
Quanto ao sofrimento amiga Emília, todos já estamos meio cansados de ouvir dizer que nos faz crescer, não é mesmo? Não deixa de ser verdade,embora ele possa, de facto, destruir também. Há traumas que deixam feridas que jamais cicatrizam. Porém esse lado do sofrimento ocorrerá em menor percentagem do que o outro lado transformador. Para a semana falarei um pouco deste último.
Quanto aos sinais, acredito que estão sempre presentes, é só estar receptivos. E a Emília está a segui-los. Diga-nos, depois, como foi o início dessa nova caminhada, sim? Estamos supercuriosas e a torcer que um novo horizonte de acolhimento se abra ao seu coração. Um grande beijinho e um bom fim de semana
Teresa
tinha deixado umas palavras sobre o vento... a vontade de o agarrar e soltar... o efeito mágico de com ele ficar e aprender a voar... mas, eternas questões técnicas que não domino fizeram-me teclar na tecla errada e perderam-se as palavras. Fica o obrigada pelo momento mágico de agarrar e soltar o vento... e a nós mesmos.
ResponderExcluirbeijinho
Isabel
Quiseram soltar-se daqui as tuas palavras :) Ficou a magia destas, Isabel. Tenho saudades delas no teu blogue. Quem sabe o vento te inspira? Bjs e bom resto de domingo
ResponderExcluirTeresa
Já aqui estive há dias a sentei-me e a demorei-me nesta reflexão...
ResponderExcluirParece ter sido escrita para mim, e mesmo que não tenha sido, agradeço-o profundamente.
Voltei hoje aqui só para deixar este testemunho :)
Obrigada
Marta M
Não consigo deixar aqui o link do meu blog..Já o relacionei na conta google, mas não aparece..
ResponderExcluirFica aqui:
www.domeulugar.blogs.sapo.pt
Marta
ResponderExcluirTão bom quando vamos ao encontro de alguém... Quando li estas palavras do C. André pensei em ti, sim, amiga. Fiquei feliz por elas terem ecoado em ti. Obrigada pela companhia e um resto de semana em harmonia.
Teresa
Nota: Este blogue é "terrível": Só deixa escrever os do "clube", não deixa ficar links de outros blogs que não sejam do "club", enfim... Tenho que ver se fica menos elitista :). Bjs