imagem tirada daqui
Muitas das nossas escolhas não nos parecem verdadeiras escolhas, mas “deveres”,
algo a que não podemos escapar. Esta perspectiva faz-nos sentir um maior peso
nos deveres, obrigações, que se nos deparam (e não são poucos...). Porque se uma parte de nós age por dever, por sacrifício,
porque “tem de ser” e se sente constrangida ou culpabilizada, essa parte devora
toda a nossa energia e vitalidade acabando, mais cedo ou mais tarde, por se
vingar, manifestando-se através da ira, revolta, zanga…
Mas é possível mudar a perspectiva e, consequentemente, mudar
substancialmente a forma como vivemos os “deveres” do nosso quotidiano.
Sim, é possível fazer escolhas motivadas unicamente pelo
nosso desejo de contribuir para a vida e não por culpa, medo, vergonha, dever
ou obrigação. E isso muda radicalmente a qualidade dos nossos dias. Como nos
diz Marshall Rosenberg “quando temos
consciência do propósito enriquecedor para a vida que está por detrás de uma
ação até o trabalho mais duro contém um elemento de prazer”.
Substituir “Tenho de
fazer” por “Escolho fazer” é a
sua proposta para a mudança. Ei-la:
1.
Escreva
num papel todas as coisas que diz a si mesmo que tem de fazer, qualquer actividade
que deteste, mas faz assim mesmo porque percebe que não tem escolha.
2.
Depois
de completar a lista, reconheça claramente para si mesmo que está a fazer essas
coisas porque escolheu fazê-las, não porque tem de fazê-las. Coloque a palavra “Escolho”
à frente de cada item que listou.
3.
Complete
a frase “Escolho… porque quero…”
A cada escolha que fizer, esteja
consciente da necessidade que atende.
Ao explorar a frase “Escolho…
porque quero…” podemos descobrir que há valores importantes por detrás
das escolhas que fazemos. Quando temos consciência do propósito enriquecedor
para a vida que está por trás da acção que fazemos, quando a energia que nos
motiva é a de tornar a vida melhor para nós e para os outros, então até o
trabalho mais aborrecido contém um elemento de prazer.
É natural que sintamos algumas dificuldades na realização
deste exercício. É difícil, muitas vezes, identificar as necessidades que
efetivamente estão por detrás de cada escolha. Mas elas estão lá e a cada uma correspondem
valores importantes (dinheiro, aprovação, evitar punições, evitar a culpa,
evitar a vergonha…). O que é mais importante para si? Um dos exemplos que
Marshall Rosenberg dá, ao fazer este exercício, é o de um item da sua lista:
Levar as crianças de carro à escola (que ele sentia como uma obrigação). Quando
examinou o motivo por detrás daquela tarefa apreciou os benefícios que os
filhos tinham em frequentar aquela escola mais longínqua do que a escola do
bairro que não estava em harmonia com os seus valores educacionais. Esta
consciencialização permitiu-lhe continuar a levar as crianças com uma energia
bem diferente.
Substituir uma linguagem que nega a possibilidade de escolha,
por uma em que tomamos consciência dos verdadeiros valores que estão por detrás
de cada escolha, é substituir a renúncia à vida em nós mesmos, substituir uma
mentalidade robô que nos separa da nossa própria existência, pela integração
plena na vida que há em nós, nos outros e em tudo o que nos rodeia.
"Fazemos aquilo que queremos"
Querida amiga
ResponderExcluirPenso
que as palavras
deste texto,
tem como vontade
nos impelir
a pensar
na profunda diferença
entre viver e existir.
Que todos os dias
os sonhos nasçam em ti,
como nasce o sol pela manhã...