sábado, 6 de outubro de 2012

Praticar a hospitalidade


“Todo o ser humano é diferente de mim e único no universo; não sou eu, por conseguinte, quem tem de refletir por ele, não sou eu quem sabe o que é melhor para ele, não sou eu quem tem de lhe traçar o caminho; com ele só tenho o direito, que é ao mesmo tempo um dever: o de o ajudar a ser ele próprio.”
Agostinho da Silva 


 

 “O Homem, nascendo por fazer, em aberto, tem de fazer-se a si mesmo e caracteriza-se por essa tarefa de fazer-se com outros numa história aberta, em processo. No processo de nos fazermos o outro não é adjacente, mas constitutivo. Só sou eu, porque há tu, em reciprocidade. A minha identidade passa pelo outro, num encontro mutuamente constituinte.”
Anselmo Borges


  “Apesar das aparências a alteridade é o parente pobre da nossa cultura.”
A aceitação plena das diferenças sociais, religiosas, raciais é um dos grandes desafios do século que vivemos. Muitas vezes não nos apercebemos, sequer, das nossas pequenas e grandes intolerâncias. E isto ocorre nas situações mais triviais. Entretanto, o “novo” impõe-se a cada instante. Há que estar preparado para o acolher: Estar receptivo a novas ideias, ou seja, manter a curiosidade e a abertura de espírito, saber ouvir sem preconceitos. Urge consciencializarmo-nos de que o encontro com a diferença é uma fonte imensa de enriquecimento e reforço da nossa própria identidade.
Para avançar na construção de um mundo mais acolhedor, um mundo em que o ENCONTRO se revele uma realidade, podemos começar por pequenos/grandes passos na prática da hospitalidade:

4 comentários:

  1. Sabe, Teresa, o meu próximo post, será sobre tolerância. Isto, porque eu fico pasmada com o preconceito que as pessoas têm e a intolerância delas. Eu não sei explicar o motivo, mas eu não consigo ser preconceituosa, seja em raças ou religiões; considero que em todas, sejam elas raças ou religiões há de tudo: intolerantes, preconceituosos, fanáticos, moderados, criminosos e pessoas de bem. Quando, muitas vezes, vejo os portugueses falarem contra os emigrantes que cá temos, eu costumo dizer que a nossa raça ficou muito mais bonita com esta mistura. Quando eu emigrei para o Brasil em 76 lembro de ver as pessoas nos aeroporto e identificar sem o mínimo erro uma pessoa portuguesa; sabia que era dessa nacionaliade pelas características externas. Hoje, felizmente ( pelo menos para mim ) isso já é mais difícil; dessa mistura de raças está a surgir um povo português diferente em todos os aspectos e vê-se por aí cada criança mais linda!!! Vai demorar para que tenhamos essa consciência de que "No processo de nos fazermos o outro não é adjacente, mas constitutivo. Só sou eu, porque há tu, em reciprocidade"; infelizmente continuamos a ver os nossos jovens com preconceito e eles são o futuro o que me leva a dizer que tão cedo não veremos grandes melhoras neste aspecto. Compete a nós, na família, trabalhar os nossos filhos e netos nessa direcçã para que um dia eles tenham um mundo colorido e pacifico na sua infinidade de cores e tons. Será lindo quando isso acontecer!!! Parabémns, Teresa e vamos lá...continuar a trabalhar para que isso não passe de uma utopia. Beijinhos e um bom fim de semana
    Emília

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    1. Sabe, Emília, ontem recebi via email uma história que já conhecia, mas já não me lembrava e ilustra tão bem este post:
      "Um Homem estava a colocar flores no túmulo de um parente, quando viu um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele vira-se para o chinês e pergunta:
      - Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
      E o chinês responde:
      - Sim, quando o seu vier cheirar as flores."
      O mail dizia ainda: "Respeitar as opções dos outros é uma das maiores virtudes do ser humano. As pessoas são diferentes, agem e pensam de formas diferentes. Não julgue. Tente apenas compreender.”
      É mesmo este caminho da compreensão que podemos percorrer se, como diz, educarmos os nossos filhos e netos para a escuta do outro e aceitação das diferenças. Porque são essas diferenças que nos enriquecem e nos fazem viver, paradoxalmente, um corpo uno. Eu costumo dar como exemplo o próprio corpo humano que só existe pela interligação de todas as células, orgãos tão diferentes. E nós sabemos o que acontece quando falha um orgão...
      E agora fico a aguardar, curiosa, o seu post. Um grande beijinho e resto de boa semana!

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  2. Querida amiga

    Se houvesse por parte
    dos que governam
    uma vontade
    de se ensinar
    o respeito,
    a tolerância,
    o aprendizado da diferença,
    nos aproximaríamos muito
    do nosso ideal de humanidade,
    de vida e de respeito a esta vida.

    Que a sua vida seja sempre
    um tributo a esperança.

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