sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Wabi Sabi - A Arte da Imperfeição



Wabi sabi é uma expressão japonesa, quase intraduzível, que define a beleza que mora nas coisas imperfeitas e incompletas. Uma forma de "ver" as coisas através de uma ótica de simplicidade, naturalidade e aceitação da realidade.
O conceito terá surgido por volta do século XV. Um jovem chamado Sen no Rikyu (1522-1591) queria aprender os complicados rituais da Cerimónia do Chá e foi procurar o grande mestre Takeno Joo. Para testar o rapaz, o mestre mandou-o varrer o jardim. Rikyu lançou-se ao trabalho feliz. Limpou o jardim até que não restasse uma única folha fora do lugar. Ao terminar, examinou cuidadosamente o que tinha feito: o jardim perfeito, impecável, cada centímetro de areia imaculadamente varrido, cada pedra no lugar, todas as plantas exemplarmente arrumadas. E então, antes de apresentar o resultado ao mestre Rikyu, chacoalhou o tronco de uma cerejeira e fez caírem algumas flores que se espalharam displicentes pelo chão. Mestre Joo, impressionado, admitiu o jovem no seu mosteiro. Rikyu tornou-se um grande Mestre do Chá e desde então é reverenciado como aquele que entendeu a essência do conceito de wabi-sabi: a arte da imperfeição.
Um dos ensinamentos da historia de Rikyu é que estes mestres japoneses conseguiram perceber que a ação humana sobre o mundo deve ser tão delicada que não impeça a revelação da verdadeira natureza das coisas. "Perceber a beleza que se esconde nas frestas de um mundo imperfeito é uma arte." 
No nosso mundo real, aqui e agora, que tal abrir os olhos para a beleza das coisas imperfeitas?

Fonte: http://claudiomar-slides.blogspot.pt/2011/06/wabi-sabi-arte-da-imperfeicao.html

4 comentários:

  1. Esta mensagem faz muito sentido, mas ainda não sei como completamente... Depois digo-te!
    Obrigada pela partilha Teresa! :-)
    E sê bem-vinda de volta! :-D

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  2. Minha querida Teresa... por vezes olhamos para alguns pormenores... e, se analizarmos bem, ou descobrimos nesses pormenores uma imensa beleza pela perfeição que encerram, ou uma beleza enorme também, ou subitamente incrível, por fazermos a leitura de que essa beleza se encontra mesmo na imperfeição de algo... e olhamos a fresta da calçada, do muro, a súbita força de alguém doente...
    mas depois questiono-me se há de facto imperfeição, ou não passa de uma leitura ou interpretação do que vimos, como vimos.
    A beleza nunca me parece imperfeita. É beleza, harmonia, esteja ela onde estiver, brote de onde brotar...
    ...mas se sentirmos em nós alguma imperfeição... acho bem bem mais difícil conseguirmos ver qualquer espécie de beleza... porque essa imperfeição em nós, ou sentida por nós, mesmo que momentaneamente poderá ser a primeira a bloquear o nosso olhar para a perfeição e esentido de tantas coisas.
    O que achas, Teresa?
    Talvez seja precisamente este um dos aspectos que pretendes alertar... que sejamos mais capazes de contornar as nossas imperfeições, não como um bloqueio, mas precisamente como uma forma de não desisitr de procurar!
    Será???
    Beijinho cheio de saudades
    Isabel

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    1. É exactamente isso, Isabel," que sejamos mais capazes de contornar as nossas imperfeições, não como um bloqueio, mas precisamente como uma forma de não desisitr de procurar!". Porque somos imperfeitos, definimo-nos justamente pela capacidade de nos aperfeiçoarmos até ao infinito: Um trabalho de toda uma vida porque, como referes no teu último lindo post, é a utopia que nos leva a caminhar. Isso em relação a nós seres humanos que nascemos matéria bruta e só com um contínuo trabalho de cinzelagem e polimento podemos fazer emergir e dar forma a todas as potencialidades que esta matéria encobre. Quanto às coisas, à natureza, aos tais pormenores que referes, é precisamente no que os nossos olhos vêem como imperfeito que deveremos reflectir e a nossa evolução no caminho do aperfeiçoamento fará emergir, certamente, um novo olhar que nos mostra a beleza das coisas imperfeitas.
      Obrigada, Isabel, por me ajudares a refletir e evoluir neste caminho que percorremos juntas. Um abraço do coração
      Teresa

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