"Se meu mundo cair/ eu que aprenda a levitar"
José Miguel Wisnik
"Coisas boas
O cheiro da relva molhada. Correr por entre árvores, num dia frio de muito sol. Lembrar os minúsculos gestos de carinho quotidiano dos amigos que trazemos dentro da voz, mesmo que não os possamos ver. Esquecer a agenda e inventar desculpas para ficar uma tarde inteira a ler à beira-rio. Mandar às urtigas as expectativas alheias. Gozar o luxo de perder dinheiro para ganhar tempo. Receber o abraço comprido de uma criança. Pensar que mesmo que nos enganemos não é grave. Pensar que nada é verdadeiramente grave, porque haverá sempre o sol e as estrelas e as árvores onde os pássaros cantam no meio da cidade e o cheiro a terra molhada.”
Inês Pedrosa
É a consciência do instante que transforma os momentos de bem-estar numa reserva de felicidade a que podemos recorrer quando nos falta a fé ou a esperança.
oi Optimismo!
ResponderExcluirHá coisas boas na vida, por vezes não se lhe dá grande atenção, por falta de tempo .
Aprecio tudo o que a Inês Pedrosa refere,mais aprecio uma tarde só ,sem horas ,percorrer ruas ,caminhar sem rumo ..depois, cansada, sentar numa esplanada e percorrer com o olhar quem passa ,apressados rumo a casa,ver à tardinha, crianças no parque, enfim tantas coisas pequenas, que fazem um pouco de felicidade,depois vêm as boas recordações, que servem de suportes aos dias escuros.
Até breve
Herminia
Herminia
Sou um guardador de rebanhos.
ResponderExcluirO rebanho são os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
Alberto Caeiro, O guardador de rebanhos
BOM FIM DE SEMANA!
e é a luta por essa consciência que transforma a vida!
ResponderExcluirabraço bem apertado
Isabel
Hermínia
ResponderExcluirA lista da Inês Pedrosa era bem mais extensa. Eu é que retirei só algumas coisas boas: aquelas que mais me diziam, no momento. Como bem diz, Hermínia, há "tantas coisas pequenas, que fazem um pouco de felicidade,depois vêm as boas recordações, que servem de suportes aos dias escuros." Engraçado que coincide exactamente com o que escrevi há tempos:
Se pensarmos bem, os grandes acontecimentos da nossa vida contam-se pelos dedos das mãos. Há que começar a sentir com intensidade as pequenas coisas do nosso quotidiano: Abrir a janela, deixar o ar entrar e o sol aquecer-nos a alma, olhar a chuva cair e sentir o cheiro da terra húmida, caminhar pela praia, dar um mergulho no mar e deixarmo-nos envolver pelo bem que ele nos faz, pegar num livro e sentir o acolhimento da sua leitura, dar um abraço e saborear o afecto que ele nos transmite, olhar para um rosto amigo e sorrir com o seu sorriso sincero.
E depois… A nossa grande arte será a de sabermos convocar esses momentos de felicidade nas alturas da vida em que nos falta a fé ou a esperança. São eles, sem dúvida, o grande alimento da nossa existência. São eles que devemos cultivar, é neles que devemos investir.
Muito obrigada Hermínia e uma boa semana para si
Teresa
Ana Teresa
ResponderExcluirSentir, ver, tocar... SER SIMPLESMENTE.
Agradeço-lhe muito o momento que me proporcionou de sentir, aqui, Alberto Caeeiro. Muito obrigada e uma feliz semana para si.
Teresa
Isabel
ResponderExcluirE assim nos transformamos em impermanência e interligação... Um abraço grande para ti também