"A sorte sorri aos audaciosos"
Adágio popular
“O acaso só favorece a mente preparada.”
Adágio popular
“O acaso só favorece a mente preparada.”
Louis Pasteur
A sorte é uma experiência puramente aleatória, ou algo que
podemos atrair? É unicamente fruto do acaso ou resulta, sobretudo, da forma
como transformamos o fortuito em oportunidade?
Existem, de facto, histórias tão improváveis, inesperadas e
extraordinárias que parecem ter sido unicamente tecidas pelo destino.
Devemos, no entanto, aprender a distinguir aquilo que depende
de nós, e em que temos obrigação de agir, e aquilo que nos ultrapassa e devemos
aceitar como tal. Quando uma infelicidade nos surge não podemos impedi-la, mas
cabe-nos decidir se a nossa existência parou ali, ou se podemos fazer dela uma
experiência construtiva.
Os gregos denominavam kairos
a esse ponto de inflexão que, em função da nossa reação, pode dar lugar a uma
mudança decisiva. Esta noção articula a dimensão do tempo e da ação: se
agarramos de imediato a oportunidade e nos abrimos à boa fortuna, ou não a
vemos e nada se passa. No mesmo espírito a noção de serendipidade qualifica
esses erros suscetíveis de levar a grandes descobertas, em função do pesquisador:
Fleming e a descoberta da penicilina; Galvani e a descoberta da
bioeletricidade.
Mas a sorte é também um olhar sobre o mundo: contribuímos
para o seu aparecimento ao cultivar a nossa capacidade de encantamento.
Há de facto “golpes de sorte”, mas existe uma sorte que se
provoca e cultiva, acessível a todos. E essa é renovável e durável. Para fazer
durar a sorte há que preparar o terreno que permitirá às sementes de
oportunidade desenvolverem-se e perdurarem.
Eis quatro posturas que podemos adoptar:
1. Clarificar a nossa intenção
É a direção a que nos propomos que dá
um sentido aos acontecimentos que se nos deparam e fará com que as intenções
subjacentes permitam a revelação da “sorte”. Isto não significa que devamos
começar por planificar, de forma detalhada, um projeto ou objetivo. Trata-se
aqui de identificar o nosso desejo, sentir a direção que gostaríamos de seguir,
o sentido que gostaríamos de dar à nossa vida. O que é que me faz vibrar? Do
que é que tenho necessidade e vontade? Questões que alicercem a construção do
caminho da sorte. A cada um a forma de o fazer: um diário de bordo, fazer uma
formação, encontrar outras pessoas com as mesmas expectativas…
2. Tornar-se recetivo
Colocar-se interiormente numa postura
de abertura e disponibilidade máxima àquilo que se passa à nossa volta. Uma
atitude desperta de vigilância que nos permite estar atentos a determinada
informação, sentir de imediato o interesse de determinado contacto, orientar a
nossa energia numa determinada direção. É assim que as ocasiões favoráveis se
multiplicarão, que temos, ou não, o sentimento de existir para algo. Fazer
pausas regulares de descontração/desconexão permite fazer emergir a intuição e
ajuda a sair dos caminhos da rotina e pensamento automático, dois grandes
adversários da sorte.
3. Reciclar a má sorte
Em vez de ficarmos presos na cólera,
tristeza ou ressentimento, há que nos questionarmos, relativizarmos e reciclar
os nossos revezes. Fazer uma triagem daquilo que foi fruto do acaso ou da
fatalidade e daquilo que se deve à nossa responsabilidade. Identificar no coração do azar os germes da
sorte que se anuncia. Colocar, enfim, a única questão pertinente: o que posso aprender com este revés?
4. Tornar-se um porta-sorte
“A sorte são os outros.” Quanto mais pessoas
contactamos, mais probabilidade temos de encontrar uma oportunidade favorável.
Existe um ponto comum entre amor,
conhecimento e sorte: são todos feitos para circular entre os seres. Levar
sorte aos outros é uma questão de escuta e disponibilidade. É dar uma
informação importante ao seu interlocutor, permitir-lhe descobrir um novo campo
de possibilidades, mas também estar presente no caso de um incidente de percurso
para o ajudar a transformá-lo num acidente providencial.
Inscrever-se numa dinâmica de troca e
solidariedade é assegurar não apenas uma fonte de oportunidades positivas, mas
também um sentido de amplitude à vida.
Fonte: Psychologies, nº 330
Nota: Este post é dedicado à Fátima Costa, uma pessoa que revela no seu quotidiano estas quatro posturas e que é um exemplo do quanto mais elevados e menos egoístas forem os nossos ideais, mais o Universo se move a favor da sua concretização.
Nota: Este post é dedicado à Fátima Costa, uma pessoa que revela no seu quotidiano estas quatro posturas e que é um exemplo do quanto mais elevados e menos egoístas forem os nossos ideais, mais o Universo se move a favor da sua concretização.
Querida amiga
ResponderExcluirSempre que dirigimos
os nossos pensamentos,
ao que acorda sentimentos bons
em outras vidas,
cada palavra escrita
é uma espécie de oração.
Que teu coração seja o céu
onde as palavras possa voar
buscando a esperança.
Tão bonito tudo o que escreve, Aluísio... Muito obrigada por toda a poesia que acrescenta à minha vida.
ExcluirTeresa