sexta-feira, 29 de abril de 2011

PRP

“O pessimismo é do humor, o optimismo da vontade.”
                                                                                     Alain

Tal Ben-Shahar perspectiva os optimistas realistas como “optimalistas”: Não aqueles que acreditam que tudo acontece pelo melhor, mas os que aproveitam ao máximo as coisas que ocorrem. Este professor de Harvard que se tornou extremamente popular no âmbito da Psicologia Positiva apresenta-nos três exercícios optimalistas, a que chama PRP, aplicados na sua vida:
(P) – Permissão para ser humano: permitir-se simplesmente sentir o que está a sentir, permitir-se ter variações de humor, altos e baixos, sucessos e fracassos. Tal Ben-Shahar quando se sente em baixo – por exemplo, após dar uma má palestra – recorda a si mesmo que nem todas as suas apresentações podem ser dignas de um Nobel. Algumas serão menos eficazes que outras - "learn to fail or fail to learn".
(R) – Reconstrução é a fase que se segue. Analisam-se os pontos fracos, aprendendo-se lições para o futuro sobre o que funciona e o que não resulta.
(P) – Perspectiva – reconhecer que aquilo que num determinado momento assume uma importância extraordinária, no grande contexto da vida, não tem, afinal, grande importância.

Ser optimista não significa negar as emoções tristes ou dolorosas. Quando morre um ente querido é normal e saudável fazer um período de luto. É natural sentirmo-nos tristes. O que não devemos é fecharmo-nos na tristeza durante muito tempo. É sempre mais fácil, menos custoso, em termos de energia psicológica, deixar-se ir no sentimento de infelicidade do que lutar contra ele. Inversamente, fazer durar o bem-estar necessita de mais esforços. Ser feliz dá mais trabalho do que sofrer. Um trabalho árduo, mas compensador.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

BOA SEMANA!

“Tranquilizai-vos: Não sou um desses profetas do apocalipse que, regularmente, anunciam o fim do mundo. Não vos quero falar do fim do mundo, mas do fim de um mundo, o nosso. Porque o que vivemos neste momento é, sem dúvida, histórico. Só temos um pouco de consciência porque as civilizações terminais continuam a funcionar, mesmo que seja o vazio a dar a ilusão de solidez antes do colapso. Aconteceu no passado com o império romano ou num passado mais recente com a URSS.(…)

Reparem no sucesso do manifesto de Stéphane Hessel “Indignai-vos!”
 É um sinal, entre outros, que nos mostra estarmos na véspera de uma explosão moral.

O compromisso de alcançar uma sociedade mais justa e respeitadora dos homens e da Terra... Mas lá chegar não será simples, pois nem tudo será de deitar fora da antiga. Ela trouxe-nos uma liberdade individual jamais alcançada na história. Tornámo-nos senhores de nós próprios e nada nos poderá fazer renunciar a esta conquista. O problema é que esta liberdade se articula com o dinheiro como padrão universal das trocas. Como fazer para que o dinheiro deixe de dominar a sociedade sem perder a liberdade? A solução não virá do centro, mas das periferias dos nossos pequenos mundos de amor, de humanidade e de gentileza que não cessam de crescer. Um operador do mercado financeiro, mesmo que ganhe milhões, não é nada comparado a um educador ou a uma enfermeira. Dizê-lo, é já dar um grande passo.”

Jean-Claude Kaufmann, Notre civilisation est à bout de souffle

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Interligação (III)


“Um texto antigo chamado Avatamsaka Sutra descreve o universo como uma rede infinita gerada pelo desejo de Indra, uma divindade hindu. Em cada conexão dessa rede infinita há uma jóia maravilhosamente polida e infinitamente facetada, que reflecte, em cada uma de suas faces, todas as faces de todas as outras jóias da rede. Uma vez que a própria rede, o número de jóias e o número de faces de cada jóia são infinitos, o número de reflexões também é infinito. Quando qualquer jóia nessa rede infinita é alterada de qualquer forma, todas as outras jóias na rede também mudam.

A história da rede de Indra é uma explicação poética para as conexões algumas vezes misteriosas que observamos entre eventos aparentemente não-relacionados. [...] À primeira vista, experiências envolvendo partículas subatómicas conduzidas ao longo de algumas décadas sugerem que tudo o que foi conectado num momento retém essa conexão para sempre.
Tal como as jóias da rede Indra, qualquer coisa que afecte uma dessas diminutas partículas, afecta automaticamente outra, independentemente do quão separadas estiverem pelo tempo ou espaço”

              Yongey Mingyur Rinpoche, A alegria de viver

Este Dia da Terra aqui sinalizado, de uma forma tão inspiradora, remete-nos, mais uma vez, para a necessidade de nos consciencializarmos para a interligação entre tudo e todos, para as  consequências avassaladoras que pode ter cada um dos nossos actos (para o bem e para o mal, como já referimos na Interligação I e II), para a nossa responsabilidade nesta CASA que é de todos. Lembremo-nos que a escolha está nas nossas mãos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O rei vai nu



 
Numa experiência feita na Universidade Carnegie-Mellon (EUA) por Solomon Ash, nos anos 50, foi pedido aos estudantes para compararem o tamanho de algumas linhas traçadas numa folha de papel: Maiores? Mais pequenas? Uma tarefa que uma criança de 5 anos faria sem dificuldade. Mas antes de os alunos decidirem, era-lhes dada a resposta de um grupo de 7 colegas. Em certos casos, o grupo dava uma resposta unânime, mas falsa. Para surpresa dos investigadores três quartos dos alunos escolheram, pelo menos uma vez, a mesma resposta do grupo, embora ela fosse claramente falsa. Solomon Ash morreu em 1996 e até ao fim da sua vida procurou entender o que poderia explicar esta incrível abdicação dos seres humanos perante as más escolhas dos seus semelhantes. David Servan-Schreiber dá-nos outro exemplo: o de Pedro que está numa sala de espera e repara no fumo que sai do sistema de ventilação. Pedro olha para as pessoas à sua volta, mas parece que ninguém nota e ele retoma a sua leitura. No entanto, sente um cheiro a queimado. Levanta, novamente, a cabeça e não vê nenhuma reacção (cada um lê tranquilamente a sua revista). Então, Pedro convence-se de que o cheiro não é assim tão forte e volta à sua leitura. Nesta experiência, os companheiros de Pedro eram actores pagos para não reagirem. Foram necessários 10 minutos para que Pedro saísse da sala e se consciencializasse de que algo não estava bem.
Será que um grupo nos pode fazer acreditar no que quer que seja? Fazer acreditar que um fogo que nos ameaça, não existe? O que é que explica este comportamento?
Parte da resposta estará no funcionamento do nosso cérebro: Quando uma pessoa apreende aquilo que o grupo escolheu de forma unânime, é a própria percepção do objecto que se modifica. Tudo se passa como se o sujeito da experiência deixasse de ver a realidade, modificada pelas opiniões dos outros. A linha que o grupo disser que é maior, assim será vista por cada indivíduo. E se, por acaso, o indivíduo tomar a decisão de se exprimir contra a conclusão unânime do grupo, é a região do medo, do seu cérebro emocional, que será activada. Como se soubesse que é perigoso afirmar a verdade perante um grupo que não a vê.
Não somos, de facto, totalmente “donos” daquilo que percebemos. Mas será essa consciência que nos alerta para uma responsabilidade acrescida: A de defender a “verdade” que existe para além dos conformismos. Só a coragem e integridade podem vencer o medo de rejeição dos outros.
Cada vez mais, necessitamos desta coragem para orientar a nossa vida de uma forma diferente.
Fonte: Le cerveau de l´independance, David Servan-Schreiber

segunda-feira, 18 de abril de 2011

BOA SEMANA!

 
"Onde houver uma árvore para plantar, planta-a tu. 
Onde houver um erro para emendar, emenda-o tu. 
Onde houver um esforço de que todos fogem, fá-lo tu. 
Sê tu aquele que afasta as pedras do caminho."
Gabriela Mistral

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Elogiar

"Um bom elogio pode manter-me vivo durante dois meses."
Mark Twain

“Todo o mundo possui alguma coisa que merece ser elogiada. Elogios significam compreensão. Aprende a ver a grandeza do teu próximo e verás a tua própria grandeza.”
K. Gibran

                                                 Joe Raedle/Getty Images
Vivemos num mundo muito crítico que tem quase sempre a dizer mais mal do que bem. Há tendência para reparar mais nos erros do que nos acertos, nos fracassos do que nos sucessos. Desgastamo-nos na valorização dos defeitos dos outros. É justamente contra esta tentação que devemos lutar, abrindo os olhos para tudo aquilo que merece ser elogiado (e há tanto…). Há também que saber receber o elogio. Parece haver, em muitas pessoas, uma dificuldade em receber, aparentando, mesmo, algum incómodo. No entanto, um elogio deveria ser sempre uma pequena festa celebrada em conjunto. Só que para celebrá-la há que revelar um pouco de nós, mostrar-nos vulneráveis. É essa vulnerabilidade que nos aproxima e permite fluir nesta celebração do que temos de melhor. 

domingo, 10 de abril de 2011

Bom domingo e boa semana!

“A paciência é a coragem de todos os dias.”


Neste mundo de agitação e velocidade a paciência é pouco apreciada. Vê-se nela, sobretudo, lentidão. Há uma exigência do imediato. Basta a demora de uns segundos no acesso a um site para perdermos a paciência. Parecemos crianças a exigir tudo e agora. Esquecemo-nos que nada se constrói, verdadeiramente, sem tempo, sem dar tempo ao tempo. Talvez seja esse um dos nossos maiores tiranos: O relógio. Mas também uma certa arrogância e prepotência: A de pensarmos que o mundo deve girar em torno de nós. O mundo não gira à nossa volta e só uma aprendizagem da arte de esperar nos permitirá chegar a bom porto. As sementes plantadas num dia não florescem no dia seguinte.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

BOA SEMANA!

 
No seu livro “Não faça uma tempestade num copo de água” Richard Carlson propõe-nos algumas estratégias para enfrentar a vida de uma forma mais serena e harmoniosa. Uma das estratégias, aparentemente bizarra, mas com resultados extremamente positivos para o nosso bem-estar e aperfeiçoamento é a de imaginar que toda a gente que conhecemos e/ou encontramos é iluminada. Todos aqueles que encontramos têm algo para nos ensinar. O nosso trabalho será o de descobrir o que podemos aprender com cada pessoa que aparece na nossa vida. Geralmente, quando descobrimos o que o outro tem para nos ensinar, libertamo-nos de eventuais frustrações. Richard Carlson dá-nos o seguinte exemplo: Suponha que está na estação de Correios e que um funcionário intencionalmente se desloca muito devagar. Em vez de se sentir frustrado, pergunte-se: “O que está ele a tentar ensinar-me?” Talvez precise aprender a ser mais complacente, ou talvez possa aprender mais a respeito de paciência.Tudo o que tem a fazer é mudar a percepção de “porque fazem isto?” para “o que estão a querer ensinar-me?”
A nossa proposta para esta semana é a de descobrirmos todas as pessoas iluminadas que vêm ao nosso encontro. Verão que é fantástico o quanto podemos aprender.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Something's coming (Talvez este fim-de-semana)




Talvez um sorriso, talvez uma palavra
Talvez o amor, talvez o desejo
Talvez um amigo, talvez um desconhecido
Talvez uma mensagem, talvez o silêncio
Talvez o nada, talvez o muito
Talvez um momento ideal, talvez um bom pensamento
Talvez o aconchego do sofá, talvez um passeio
Talvez um livro, talvez uma conversa
Talvez um encontro, talvez a saudade
Talvez um sonho, talvez uma ideia...

Talvez este fim-de -semana, talvez no próximo...
Something's coming.

Alexandra

Liderança



O sucesso de qualquer líder relaciona-se com a sua preocupação com os outros. A genuína liderança revela-se nos pequenos actos, em que alguém se descentra do seu umbigo e vai ao encontro daquele(s) que precisa(m) de apoio num determinado momento. Uma forma ética de agir, um compromisso real com o valor intrínseco de cada ser humano.